Apenados de Bacabal são beneficiados com equipamentos para produção de máscaras contra a Covid-19
A sede da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Bacabal recebeu, na segunda-feira, 7, máquinas de costura, tesouras, agulhas e bobinas de linha que serão utilizados na montagem de uma malharia profissional, onde sete apenados abrigados na instituição vão trabalhar na produção de máscaras de tecido contra a Covid-19, enquanto participam do processo de reabilitação e reintegração à sociedade.
A compra dos equipamentos e materiais foi patrocinada pela União Europeia, que investiu R$ 15 mil na instalação de uma unidade produtiva na APAC, por meio do Projeto “Humanizar a Pena, promover a Vida”, em parceria com a ONG AVSI Brasil, FBAC – Federação Brasileira e o Poder Judiciário da comarca e Secretaria de Administração PENITENCIÁRIA DO Estado (SEAP).
A unidade produtiva de Bacabal produzirá 500 máscaras por dia, durante três meses, para posterior doação à comunidade. “Já estamos terminando de montar as máquinas e estamos em contato com a AVSI, aguardando apenas a sua orientação para dar início à produção das máscaras pelo projeto”, informa o coordenador administrativo da APAC, Marcondes Cruz Oliveira.
APAC – Os apenados beneficiados pelo projeto saíram da UPR de Bacabal, onde se encontravam presos pela prática de crimes de homicídio, latrocínio, assaltos e tráfico de drogas. Na APAC, enquanto cumprem a pena, eles participam de atividades laborais, educativas e religiosas, conforme a filosofia adotada pela instituição. O objetivo é que os recuperandos desenvolvam a autoestima e o sentimento de solidariedade com o próximo, despertando o desejo de contribuir positivamente com a sociedade e, dessa forma, restaurar os vínculos sociais e resgatar a sua própria autoestima.
“É um projeto de promoção humana, porque está nos pilares da APAC recuperar o preso. Essa recuperação vem através da disciplina, da confiança, do trabalho e da espiritualidade. Uma vez recuperado, ele não vai mais reincidir no seu delito. Ele vai buscar ser um cidadão de bem para a sociedade. E, depois, socorrer e dar assistência à vítima, para que ela não fique abandonada. Por isso trabalhamos a questão do perdão. Essa é a grandeza desse projeto”, ressalta o padre José Ribamar Cardoso Lima, diretor da APAC.
Por meio da prática da Justiça Restaurativa, o método APAC procura restaurar os vínculos sociais que foram quebrados com a prática do crime, e construir, nos recuperandos, dentre os recuperandos, um clima de paz, de reconciliação, de amor, enquanto eles trabalham baseados na confiança, na disciplina e na espiritualidade.