AGED executa ações do Programa de Prevenção e Vigilância para Encefalopatia Espongiforme Bovina.

Embora o risco da Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como mal da vaca louca, seja reduzido no Brasil e com um caso notificado recentemente no Estado do Pará, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária segue permanentemente executando as ações do Programa de Prevenção e Vigilância para Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB).

A equipe da AGED executa ações de fiscalização em propriedades rurais e estabelecimentos de produção de alimentos para animais, graxarias (que processam subprodutos animais), inspeção de abatedouros e realização constante de vigilância epidemiológica para detecção da doença. 

No caso confirmado da doença em Marabá, no Pará, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) já adotou todas as medidas sanitárias para o enfrentamento da Encefalopatia Espongiforme Bovina e notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Amostras coletadas de um animal de 9 anos, criado em pasto e sem ração, foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico.

Segundo especialistas, há dois tipos de vaca louca, o clássico (transmissível para os humanos e ocasionado pelo consumo de resíduos animais via ração) e o atípico, que é como um câncer, que acomete animais em idade avançada (não transmissível para os humanos e de ocorrência aleatória na natureza). Especialistas apontam ainda que o mal da “vaca louca” é muito frequente aparecer em animais que estão em confinamento e a classe atípica da doença é a que não contamina o ser humano. 

Diante do caso confirmado no Pará e que até o momento não houve registro da doença em solo maranhense, a AGED destacou a importância de o produtor rural notificar em um dos escritórios da Agência sintomas da doença como nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção dos animais para que se iniciem os protocolos necessários de combate e controle da doença.

Sob a orientação do MAPA, o Serviço Veterinário Oficial, presente nos Estados, está pronto para execução dos protocolos sanitários como: inspeção da propriedade, eutanásia do animal com caso confirmado, isolamento dos demais animais e interdição da propriedade até a conclusão da investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado.

Últimas ocorrências da doença no Brasil

As últimas ocorrências da doença da “vaca louca” foram registradas no Brasil em 2021, em frigoríficos localizados em Nova Canaã do Norte (MT) e Belo Horizonte (MG) e ambos foram diagnosticados como casos atípicos da doença. Vale a pena relembrar que o Brasil é considerado pela Organização Mundial da Saúde Animal como um território insignificante para a ocorrência da “vaca louca”. 

A doença da Vaca Louca

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) ficou conhecida mundialmente anos 90 após o surto no Reino Unido. Na época, houve suspensões do consumo de carne bovina no país, pois poderia causar problemas de saúde em humanos. A doença é considerada degenerativa ao sistema nervoso do boi, alterando o seu comportamento, ficando agressivo, por isso o nome “vaca louca”.

A contaminação do gado ocorre pelo consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como ossos e farinha de carne de outras espécies. No Brasil, é crime federal alimentar animais ruminantes com resíduos de exploração de outros animais, pois podem conter restos e contaminar o gado. Além disso, é proibido o uso destes ingredientes na fabricação de ração para bovinos.