Ação do Grupo Mateus ganhará novo impulso, assim que mercado sossegar

O balanço do primeiro trimestre provou que o Grupo Mateus (GMAT3) sabe o que está fazendo com os R$ 2,9 bilhões líquidos que captou na sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em outubro do ano passado.

Mesmo sob o impacto da segunda onda da pandemia de coronavírus, a varejista manteve o ritmo forte de inaugurações de lojas, com 11 unidades abertas no período. Também apresentou uma receita líquida quase 40% maior que a de um ano antes, com 10% de incremento nas vendas mesmas lojas (aquelas em operação há 12 meses ou mais).

“Acima de tudo, o crescimento das vendas continuou resiliente, reduzindo os temores de uma potencial queda com o fim do auxílio emergencial”, afirma Guilherme Assis, que assina o relatório do Banco Safra sobre os resultados.

Pedro Serra, autor do relatório da Ativa Investimentos, acrescenta que “apesar de ter apresentado uma margem bruta pressionada no período, uma maior diluição dos gastos com vendas – por conta de uma expansão assertiva e de uma maturação das lojas – ajudou a companhia a duplicar seu ebitda e aumentar sua rentabilidade em 0,2p.p.”

Percepção

O problema é que nada disso parece convencer os investidores a dar uma chance para o papel. Desde que suas ações foram distribuídas por R$ 8,97 no IPO e começaram a ser negociadas na Bolsa, sua maior cotação de fechamento foi atingida em 14 de janeiro – R$ 9, ou 0,33% sobre o IPO.https://2a9ac2b3f37132bf00d58450b2109ad4.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

É verdade que, entre as duas datas, o Grupo Mateus chegou a valer R$ 7,69 no fim do dia 10 de dezembro – uma queda de 14,3% sobre o IPO. Assim, os R$ 9 de meados de janeiro representam uma reação de 17% sobre o piso daquela fase.

Mas, desde então, as ações minguaram. Uma nova mínima foi cravada em 10 de março, com um fechamento de R$ 7,29. O mesmo valor foi atingido em 24 de março. Isso significa uma perda de 19% sobre o pico de janeiro, e de 18,7% sobre o IPO.

Para o Safra, o problema não está na varejista, mas no mercado. “As ações do Grupo Mateus recuperarão o ímpeto, uma vez que os investidores sosseguem da série de eventos corporativos que capturaram sua atenção no passado recente”, afirma o banco. Entre eles, o Safra cita o spin-off do Assaí (ASAI3) do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), e a compra do Grupo Big pelo Carrefour (CRFB3).

O Safra reafirmou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para os papéis. Já a Ativa manteve a recomendação de compra. Os preços-alvos propostos pelas instituições são, respectivamente, R$ 11 e R$ 10,80.

Fonte: Money Times