Abril Azul: Atividades motoras ajudam o desenvolvimento de crianças autistas 

O TEA – Transtorno do Espectro Autista -, ou autismo, como é comumente chamado, refere-se a condições de saúde que comprometem três áreas do desenvolvimento: interação social, comportamento e comunicação. O paciente autista encontra dificuldades de domínio da linguagem, socialização e desenvolve comportamentos restritivos e repetitivos, além de dificuldade de domínio da inteligência espacial.  

Não há cura para a síndrome, mas o tratamento traz qualidade de vida para o autista melhorando a comunicação, a concentração e reduzindo os comportamentos repetitivos. O acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da saúde como médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.  

Conquista da independência – A fisioterapia tem papel fundamental na reabilitação do paciente autista. É recomendado o tratamento com profissional fisioterapeuta desde os diagnósticos iniciais. Um estudo realizado por acadêmicas do curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera, em Campinas, analisou um grupo de crianças com autismo no período pré e pós acompanhamento fisioterapêutico. Na conclusão das pesquisadoras foi constada a eficácia do tratamento, pois todas as crianças, mesmo aquelas classificadas com grau de autismo grave, tornaram-se menos dependentes de cuidadores após as sessões de fisioterapia. 

“O papel do fisioterapeuta é abordar as disfunções motoras e sensoriais e caso elas existam, ajudar a criança a desenvolver funções motoras básicas como sentar-se, rolar, engatinhar, andar e, após adquiri-las, aprimorá-las. É importante compreendermos que o aprendizado motor pode viabilizar a interação da criança com outras pessoas e com o ambiente”, explica a fisioterapeuta e coordenadora do curso de Fisioterapia da faculdade Pitágoras, Marlla Silva.  

A especialista esclarece que ainda que o autismo seja uma síndrome que não tem cura, “a criança pode adquirir as habilidades funcionais esperadas para a idade, o que pode resultar na alta fisioterapêutica”, diz. No entanto, segundo Marlla, um tratamento contínuo é justificado pelas “funções sociais, intelectuais e sociais que são positivamente influenciadas pela prática das atividades estabelecidas na fisioterapia”.  

O tratamento fisioterapêutico pode ser estendido para além do consultório. “A família pode ser orientada quanto à execução de exercícios em casa, pois esse é um ambiente familiar para o paciente, o que propicia conforto e confiança. Obviamente, o profissional prescreve esses exercícios de acordo com a necessidade individual de cada paciente”, finaliza Silva.